http://www.yoursite.com/links.htm

sábado, 5 de outubro de 2024

Filha de médico diz que documento usado por Marçal contra Boulos é falso e mostra tatuagem com verdadeira assinatura do pai


 A filha do médico José Roberto de Souza, que aparece no documento usado por Pablo Marçal (PRTB) como o profissional que teria atendido Guilherme Boulos (PSOL) após um suposto surto por uso de cocaína, afirma que a assinatura usada no documento é falsa e que o pai dela nunca trabalhou na capital paulista, especialmente na clínica "Mais Consultas", no bairro Jabaquara, que consta no laudo.

O documento foi divulgado em vídeos nas redes sociais de Marçal na noite de sexta-feira (4). Os advogados de Boulos entraram com uma representação pedindo que o conteúdo seja retirado do ar. A Justiça Eleitoral reconheceu indícios de falsidade e determinou a remoção do conteúdo (veja mais abaixo).

Em entrevista à TV Globo neste sábado (5), a oftamologista Aline Garcia Souza contou que o pai atendia apenas na região de Campinas e sua especialidade era hematologia. Ele também nunca trabalhou na capital paulista, e nunca emitiria um laudo psiquiátrico.

"Nunca atuou nessa clínica. Meu pai trabalhava e atuava em Campinas. Ele morou lá a vida dele. Ele era formado pela Unicamp e desde então atuou lá. Não tinha clínica em São Paulo. Eu fiquei sem entender nada, fui pega de surpresa. Fui comunicada pela babá das crianças que tinha Polícia Civil me procurando com investigadora para abordar essa questão de falsificação de documento com nome do meu pai", afirma Aline.

Na data que aparece no documento publicado por Marçal, José Roberto de Souza estava debilitado, não atendia mais pacientes e estava em Campinas, diz a filha. O pai dela morreu em 2022 após lutar contra uma doença rara. Outro filho do médico disse à TV Globo que nesta época, ele ficou "completamente recluso".

"Ele lutou uns três anos contra essa doença e ele tinha que ficar fazendo transfusão sanguínea. Vivia internado e no último ano [2022] estava muito debilitado, cansado. Ele estava com 82 anos e a doença prejudicou muito o meu pai. Em 2021 ele não estava atuando. Ele fazia tratamento em São Paulo ocasionalmente. Atender clinicamente em São Paulo nunca fez. Só Campinas e região. Nunca me falou de qualquer clínica daqui", ressaltou.

"Ele só teve essa ligação em São Paulo por conta de mim que fiz faculdade de medicina em São Paulo e eu continuei morando aqui. E quando vinha tratar a doença, ele ficava em casa. E meu irmão mais velho fez a residência médica em São Paulo também".

Após a morte, Aline fez como tatuagem a assinatura do pai, que é diferente da que está no documento apresentado por Marçal (veja acima).

"Eu era muito ligada ao meu pai e ele sempre fez a mesma assinatura para tudo. Sempre era assinatura, e nunca fazia visto. Sempre assinou igual nos documentos dele, a vida inteira. E eu sempre gostei muito da assinatura, e até com a perda eu quis registrar essa assinatura em uma tatuagem na região da costela. Fiz ano passado, um ano após a morte. A assinatura [no documento de Marçal] é completamente diferente da dele".

Ainda conforme Aline, a família está assustada com a situação. "Não entendo como foi cair o nome e CRM do meu pai. Não entendi até porque meu pai não estava ligado em questões políticas, nunca esteve".

Em agenda de campanha neste sábado, Marçal falou que não se arrepende de divulgar e que repassou o laudo ao receber.


Nenhum comentário:

Postar um comentário