Glas foi condenado duas vezes no Equador por acusações de corrupção. Ele serviu no governo do ex-presidente de esquerda Rafael Correa entre 2013 e 2017.
O presidente do México, López Obrador, se pronunciou sobre o ocorrido, chamou a prisão do ex-vice-presidente de uma flagrante violação do direito internacional e da soberania mexicana e disse que instruiu seu ministro das Relações Exteriores a suspender as relações diplomáticas com o Equador.
“Alicia Bárcena, nossa secretária de Relações Exteriores, acaba de me informar que a polícia do Equador entrou à força em nossa embaixada e deteve o ex-vice-presidente daquele país”, escreveu Obrador no X, antigo Twitter.
“Isto é uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México, razão pela qual instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do México e Equador”, completou.
Antecedentes
México e o Equador já tinham trocado uma série de provocações diplomáticas esta semana. A embaixadora mexicana em Quito, Raquel Serur Smeke, foi declarada “persona non grata” no Equador na quinta-feira (4), depois que o presidente do México criticou as recentes eleições equatorianas.
O segundo turno de 2023 no Equador ocorreu de uma maneira “muito estranha”, disse López Obrador, sugerindo que os candidatos presidenciais usaram a mídia, o assassinato do candidato Fernando Villavicencio e a violência geral a seu favor durante a campanha.
Num comunicado publicado no X, o Ministério das Relações Exteriores do Equador classificou os comentários de López Obrador de “infelizes” e disse que o país ainda está de luto pelo assassinato de Villavicencio. Também reiterou o seu foco em garantir o “respeito pela dignidade e soberania do Estado equatoriano” e a “não intervenção nos assuntos internos de outros Estados”.
Em um comunicado à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores do México anunciou na sexta-feira que o México havia decidido conceder asilo político ao ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas – uma medida que a ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfield, rapidamente criticou como “interferência nos assuntos internos”.
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