As espécies identificadas — chamadas de Aleochara capitinigra e Aleochara leivasorum — são parasitas de pupas de moscas necrófagas, ou seja, que se alimentam de cadáveres. No ciclo de vida da mosca, a pupa é o estágio entre a fase de larva e a adulta.
Quando a mosca está passando por essa metamorfose, a pupa se forma na camada externa da pele dessas larvas. O besouro abre um buraco nessa superfície, depois o fecha e se alimenta da pupa.
De acordo com a pesquisa, os besouros do gênero Aleochara são reguladores naturais das populações dessas moscas necrófagas.
Ao localizar um cadáver, as moscas iniciam a colonização colocando ovos, de onde saem larvas que se alimentarão do corpo. A presença das larvas de moscas serve como um atrativo para os besouros estudados pelo grupo.
A pesquisadora Bruna Buss, envolvida na descoberta, explica que os besouros encontrados são bem pequenos, com cerca de 2 a 4 milímetros.
“As famílias [de besouros] têm vários indivíduos de diversos tamanhos. Têm alguns de cinco ou seis milímetros. Esses que eu trabalho têm de dois a quatro milímetros de comprimento, então são bem pequenininhos, menos de um centímetro”, afirma.
Os dados da pesquisa podem auxiliar, por exemplo, a esclarecer quanto tempo o cadáver ficou exposto, se ele foi movimentado ou, ainda, o tipo de morte – envolvendo ou não o uso de produtos tóxicos.
Como insetos podem ajudar em investigações?
Segundo a ciência forense, insetos que participam do processo de decomposição de cadáveres podem ajudar em situações como:
um suspeito pode ser incriminado se espécies iguais de insetos forem achadas no corpo e nas roupas ou veículos dele;
espécies diferentes no corpo e no ambiente onde o cadáver foi encontrado podem indicar locais diferentes do crime e de desova;
muitas larvas de insetos em partes do corpo que comumente não servem para oviposição sugerem presença de feridas.
G1
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