Javier Milei, Nicolás Maduro, um Boeing e o governo do Irã.
Esses são os protagonistas de uma crise sem precedentes entre a Argentina e a Venezuela que vem escalando nos últimos dias. Na terça-feira (12), o governo venezuelano anunciou ter fechado seu espaço aéreo para qualquer voo que venha da Argentina. Em resposta, o governo argentino iniciou ações diplomáticas contra Caracas.
O motivo da briga é um Boeing 747 da Emtrasur, subsidária de carga da Conviasa, empresa aérea estatal venezuelana.
Segundo Washington, o Boeing 747 foi comprado pela Emtrasur da Mahan Air, uma companhia aérea iraniana que é sancionada pelos EUA e que faz voos de apoio às Forças Quds.
A tripulação, que era composta por 14 venezuelanos e cinco iranianos, foi detida e posteriormente liberada, mas a aeronave permaneceu em solo argentino enquanto a Justiça do país deliberava sobre o caso.
Em fevereiro deste ano, uma decisão judicial entendeu que o voo da aeronave até Córdoba violou uma normativa norte-americana de controle de exportações e autorizou entregá-la a autoridades dos Estados Unidos, o que foi feito pelo governo de Javier Milei.
A entrega irritou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que já vinha trocando acusações com o líder argentino, Javier Milei -- as relações entre a Argentina e a Venezuela têm se deteriorado desde a chegada de Milei ao poder, em dezembro de 2023.
Milei, economista ultraliberal, já se referiu a Maduro como um “socialista empobrecedor”.
Nesta semana, Maduro disse ter descoberto que o avião foi totalmente desmantelado por autoridades dos Estados Unidos. E, em retaliação, Caracas então anunciou o fechamento de seu espaço aéreo para qualquer operação de aviões argentinos, tanto os de carga como os turísticos.